terça-feira, 27 de novembro de 2007


Sujo. Usado. Feliz.

Ele bailou por festas e bocas. Se esfregou em chãos e em corpos. Conheceu sabores e desgostos.
Sentiu pisadas, batidas e ritmos. E ganhou histórias para contar.

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terça-feira, 13 de novembro de 2007




And I have been


tossing a coin...

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Non, je ne regrette rien

Non, je ne regrette rien

Charles Dumont / Michel Vaucaire / Edith Piaf


Non, rien de rien,
non, je ne regrette rien!
Ni le bien qu'on m'a fait,
ni le mal;
tout ça m'est bien egal!

Non, rien de rien,
non, je ne regrette rien!
C'est payé,
balayé,
oublié.
Je me fous du passé!

Avec mes souvenirs
j'ai allumé le feu!
Mes chagrins, mes plaisirs,
je n'ai plus besoin d'eux!
Balayés les amours
avec leurs trémolos,
balayer pour toujours!
Je repars à zéro.

Non, rien de rien,
non, je ne regrette rien!
Ni le bien qu'on m'a fait,
ni le mal;
tout ça m'est bien egal!

Non, rien de rien,
non, je ne regrette rien!
Car ma vie,
car me joies
aujourd'hui
ça commence avec toi!






Não, De Jeito Nenhum

Não, de jeito nenhum
Não, eu não me arrependo de nada
Nem o bem que me fizeram,
Nem o mal, tudo me parece igual

Não, de jeito nenhum
Não, eu não me arrependo de nada
Está pago, varrido, esquecido
Eu estou farta do passado

Com minhas lembranças,
Eu alimentei o fogo
Minhas aflições, meus prazeres
Eu não preciso mais deles

Varri meus amores
Junto a seus aborrecimentos
Varri por todo dia
Eu volto ao zero

Não, de jeito nenhum
Não, eu não me arrependo de nada
Nem o bem que me fizeram,
Nem o mal, tudo me parece igual

Não, de jeito nenhum
Não, eu não me arrependo de nada
Minha vida, Minhas jóias
Hoje
Começa com você



terça-feira, 9 de outubro de 2007


"Escrever tem desses mistérios. De repente, sem esperar, um dia você consegue despertar alguma coisa que está viva dentro de muita gente."

(Caio Fernando Abreu - Onde andará Dulce Veiga)



¬ ¬ Que bom, de repente, descobrir que você é mais especial do que realmente supunha. ¬¬

terça-feira, 2 de outubro de 2007

perdi...


Pato Fu - Perdendo Dentes
Pouco adiantou
Acender cigarro
Falar palavrão
Perder a razão

Eu quis ser eu mesmo
Eu quis ser alguém
Mas sou como os outros
Que não são ninguém

Acho que eu fico mesmo diferente
Quando falo tudo o que penso realmente
Mostro a todo mundo que eu não sei quem sou
E uso as palavras de um perdedor

As brigas que ganhei
Nem um troféu
Como lembrança
Pra casa eu levei

As brigas que perdi
Estas sim
Eu nunca esqueci
Eu nunca esqueci

Pouco adiantou
Acender cigarro
Falar palavrão
Perder a razão

Eu quis ser eu mesmo
Eu quis ser alguém
Mas sou como os outros
Que não são ninguém

Acho que eu fico mesmo diferente
Quando falo tudo o que penso realmente
Mostro a todo mundo que eu não sei quem sou
E uso as palavras de um perdedor

As brigas que ganhei
Nem um troféu
Como lembrança
Pra casa eu levei

As brigas que perdi
Estas sim
Eu nunca esqueci
Eu nunca esqueci

As brigas que ganhei
Nem um troféu
Como lembrança
Pra casa eu levei

As brigas que perdi
Estas sim
Eu nunca esqueci
Eu nunca esqueci

sexta-feira, 28 de setembro de 2007


Pinóquio tinha uma namorada humana e, sempre que transavam, ela reclamava de umas farpas em seu pinto. Pinóquio resolveu pedir ajuda a Gepetto, que lhe sugeriu esfregar uma lixa para aparar as arestas.
Pinóquio saiu de lá achando que tinha a solução ideal.
Algumas semanas depois, Gepetto viu Pinóquio andando todo feliz pela cidade perguntou:
- Como vai a namorada?
Resposta do Pinóquio:
- E quem precisa de namorada?

terça-feira, 25 de setembro de 2007


Aulas no CRAV recomeçam. Nem acredito que é o último trimestre do ano, do segundo ano. Daqui a pouco já estaremos no fim. E recém começou. Tantas coisas aconteceram comigo nesses dois anos. Tantas mudanças na minha vida que as vezes é como se eu já não soubesse quem eu sou.

Tou muito carente as vezes. Tou frio pra caramba as vezes também. Me sinto só e odeio isso de noite. E passo o dia fugindo de todo mundo querendo um pouco de paz.

Acho que me transformei numa garrafa... Daquelas das antigas que se tinha que levar pro buteco pra servir de casco. Dependendo do conteúdo, eu mudo de cor, de temperatura, de gosto. E o conteúdo tem mudado tão rapidamente que minha cabeça parece que vai explodir antes do ano novo.

Enfim, tem muita gente que bebe champagne em outras datas qeu não o reveillon. Tem muita gente no mundo. Gente pra tudo. Graças a sei lá quem, que não eu! rsrsrsrsrs

Intervalo terminou e lá vou eu: História da Televisão Brasileira. Garrafinha pronta pra ser enchida.

iupi!

:@

segunda-feira, 17 de setembro de 2007


Fazia muito tempo que meus olhos já não doíam, mas, mesmo assim, eu resistia em olhar para o sol. Me disseram a vida toda que não se deve mesmo fazê-lo porque corrompe a visão, modifica as cores e não leva a nada porque nada se enxerga. Contudo, eu percebi, dias pra cá, que há um motivo para que milhões de girassóis em volta do mundo gastassem todas as horas dos seus dias simplesmente encarando o sol de frente: refletir luz.
Há milhões de girassóis no mundo e todos eles são quase iguais. Há apenas um único sol, que é diferente e superior a tudo quanto no mundo há. Agora fica a pergunta? Será que o sol não é o sol por causa dos milhões de girassóis que refletem a sua luz diariamente? Se apagássemos os girassóis, será que o sol não deixaria de brilhar?

Gostei de entrar na dança das flores e não deixar a luz apagar. O mundo tem sido muito divertido nessa ousadia de encarar quem é maior na certeza de que assim também se é grande.

Beijos aos meus amigos amarelos que tenho encontrado aqui e ali dos jeitos mais iluminados possíveis.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007


under an umbrella

terça-feira, 11 de setembro de 2007

mesmo no chão
atrás
esquecida

alguém vê ela e fotografa
e ela vem parar aqui
pra todo mundo ver...

..lift us up where we belong...

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

ARTE FAZ MAL



Queridos amigos,

pessoas a quem quero bem,

A Bienal começou. O Porto Alegre em Cena está quase aí. A temporada de filmes para o inverno inicia com a chegada do outono no hemisfério norte. E o que venho sugerir é que NÃO participem de nenhum desses eventos. ARTE faz mal.

A gente vê estrelas em dias nublados. Nuances de cinza em tabuleiro de xadrez. Bolhas de gás em chimarrão. Melanina em albinos, pêlos em cobras, gorduras em bailarinas. Não importa o que disserem: FUJAM!

Palavras prendem e vocês se acostumarão com as essas amarras: nós profundos de Hilda Hilst, Saramago e Caio F. Universos paralelos, beijos pesados, molhados, crueldade de Frida Kahlo, solidão de Hooper, paz de Monet, liberdade de Picasso. Luz. Inspiração. Você se torna cambaleante numa mala de dores leves e pesadas, gritantes e discretas como numa dança muda no gelo, quando você cai mas não se machuca... Teu cabelo muda de cor, teu coração gira, teu sangue pulsa, pulsa e se acalma ouvindo um lamento de Chopin, um murmúrio de Belle & Sebastian, um tom de Elis. Histórias de um mundo que só você vê. Tchaikovsky. Calcanhoto. Assasssinas, os Mamonas ones.

Amigos, se ouvirem falar em Cao Hamburger, em Nothing Hill, em Elsa e Fred , em Baz Lhurmann ou em qualquer musical saiam em disparada. Não há sentimento como nas montanhas, não há prisão como em Chicago, não há sexo como em Moulin Rouge. Cinema, arte faz mal pra alma porque nos torna sonhadores entre pessoas acordadas. Viajantes em cidades pequenas, forasteiros em mundos de uma só capital. E sentir-se-ão todos, se não seguirem meus conselhos, sozinhos em estádios lotados de futebol porque vocês, só vocês, verão gols em aplausos e festas em derrotas. Abandonem o palco, fechem os olhos quando as cortinas abrirem e durmam quando as luzes subirem. A cor que povoará seus olhos apenas poderão ser vistas por iguais a vocês. E Ronald MacDonalds não ensinou tantos assim... Peçam apenas pelo número: 1,2,3... ou um MacLanche qualquer que lhes fará Feliz (?). Tudo ficará bem porque assim serão tudo. E, se ao lado do tudo, encontrarem nada, virem-se para a esquerda e para a direita e perceberão, enfim, que estarão vocês mais próximos da maioria que...agora...

...eu.

________________

SUGESTÃO: Brilho eterno de uma mente sem lembranças.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007


Depois de uma imensa volta em redor de não sei bem o quê, a gente se encontra no mesmo ponto.

... Mas aí já é outro dia!

^^

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

http://www.fotolog.com/deiateteia

Se um dia eu deixar de te amar, não me ignore por isso, a culpa não terá sido minha, nem tua, terá sido do destino.
Se eu me afastar de ti, procure entender, não vai significar que eu tenha esquecido do nosso passado, ele estará sempre guardado.
Se por acaso eu encontrar um outro alguém, seja ele quem for, me perdoa, é que o meu coração não estava trancado, apenas em repouso forçado.
Se quando vc se lembrar de nós o teu coração ficar apertado, tente me colocar de lado, mas não me esqueça definitivamente, guarde um cantinho ai dentro cercado de amor e calor.
Se parecer que eu vou voltar, não se iluda, terá sido apenas uma dúvida.
Se tu achar que não valeu a pena...que pena, pois eu viveria tudo outra vez, do jeitinho que a gente fez.
Se a gente se esbarrar por aí, tente me ouvir, se a gente não se encontrar mais, procure me guardar na memória, afinal, temos uma história.
Se tu finalmente encontrar outro alguém, nunca fale de mim, faça de conta que não fui ninguém, que nunca existi.
Se lá adiante, bem distante, tu sentir a alma sozinha, perdida, incontida dentro do seu peito, me avise, eu dou um jeito, venho te ver, te dou um afago, te faço um carinho, te digo baixinho que não te esqueci de verdade, que ainda sinto saudade...mas se um dia eu voltar....não deixe o destino nos pegar, vamos fugir, mesmo sem saber aonde ir, para que ele não nos ponha a prova, para que ele não destrua ao menos esse nosso instante de glória!!!

Faço das tuas, as minhas palavras...
Uma tentativa, naum a primeira....quem sabe nem a ultima...

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

http://www.fotolog.com/lucasdeac

: Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra é bobagem. Você não só não esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela. Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável. Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples. Um dia percebemos que o comum não nos atrai. Um dia saberemos que ser classificado como bonzinho não é bom. Um dia perceberemos que a pessoa que nunca liga é a que mais pensa em você. Um dia saberemos a importância da frase: "tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas". Um dia percebemos que somos muito importantes para alguém, mas não damos valor a isso. Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas aí já é tarde demais. Enfim, um dia descobrimos que apesar de viver quase 100 anos, esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para dizer tudo o que tem de ser dito. O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutarmos para realizar todas as nossas loucuras. :


(as vezes, acho que fotolog deveria se chamar textolog!)

domingo, 22 de julho de 2007

A Waltz For a Night




Let me sing you a waltz 
Out of nowhere, out of my thoughts
Let me sing you a waltz
About this one night stand

You were for me that night
Everything I always dreamt of in life
But now you're gone
You are far gone
All the way to your island of rain

It was for you just a one night thing
But you were much more to me
Just so you know

I hear rumors about you
About all the bad things you do
But when we were together alone
You didn't seem like a player at all

I don't care what they say
I know what you meant for me that day
I just wanted another try
I just wanted another night
Even if it doesn't seem quite right
You meant for me much more
Than anyone I've met before

One single night with you little Jesse
Is worth a thousand with anybody

I have no bitterness, my sweet
I'll never forget this one night thing
Even tomorrow, another arms
My heart will stay yours until I die

Let me sing you a waltz
Out of nowhere, out of my blues
Let me sing you a waltz
About this lovely one night stand

***

Incrível como a nossa vida toda se resume num circular de momentos. Hoje pensei em vários deles. E coloquei o clipe e a música acima ( do filme Antes do pôr-do-sol) por isso.


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Semana cheia de acontecimentos. Fui reprovado pela primeira vez na vida (por excesso de faltas!) numa cadeira da faculdade. E quase fui em outra. O aluno nove e dez deu lugar a alguém cheio de seis... Discuti com o meu professor, que nem professor é. Gastei muito telefone. Jantei com meus pais. Assisti horrores de filmes, até perdi a conta... Conheci gente nova! Mandei mensagens de Dia do Amigo e até chorei com uma delas. Dormi bem. Acordei bem. Comi bem. E sonhei melhor ainda.
Pensei nos meus 16 anos. Pensei no meu findi passado. Pensei na minha vida no futuro. E não pensei em mais nada. Vontade de me espreguiçar... Como um gato, dormir no cólo de alguém. Como um gato, me lamber todo e curtir o solzinho dessa minha vida que começa a ficar muito boa, como eu acho que mereço, como eu tenho certeza que preciso.
*********************************************

-- por que eu nunca te entendo?
-- nem sempre quero ser entendido.
--porque eu não te tenho de verdade?
--nem eu me tenho de verdade.
--por que quero algo que não sei o quê?
--nem sempre queremos alguma coisa. mas buscar entender, buscar ter e buscar si mesmo é algo que sempre, sempre fazemos.
--e pra te conquistar?
-- experimente fugir do sempre e do nunca. daí sim vc será especial pra mim. e quase ninguém o é.
-- vc se faz difícil!
-- os outros é que se fazem de fácil demais.
-- lindo!
--guri, guri...

quinta-feira, 19 de julho de 2007


Espelho, espelho meu...

Poderia me dizer onde se meteu o raio cujo relâmpago não mais apareceu?

88888888

Não tou perdido, mas queria que me achassem.
Não tou exilado, mas queria voltar.
Não tou preso, mas queria estar livre.
Não tou triste, mas queria pular de tão feliz.
Não tou pouco, mas queria estar muito.

Não estou nada, mas quero muito!

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Quando a música pára nas nossas vidas

Eu tinha 11 anos quando participei do meu primeiro concerto de piano. Eu estava de terno de gravata e ia tocar "A Valsa dos Soldadinhos", de Aymoré Brasil. Quatro páginas de partitura, um rádio gravando meus toques no piano e uma platéia de pais e familiares meus e dos outros alunos do Conservatório Musical Dom Feliciano. Minhas mãos tremiam só de pensar nos olhares da professora ao ouvir, em sua confortável casa, dias depois, a minha apresentação registrada ali naquela fita.
Toquei. Os aplausos vieram. Meus pais ficaram orgulhosos e, semanas depois, fiquei sabendo que minha nota tinha sido 8,5: um resultado nem tão baixo, nem tão alto. Eu era mesmo um pianista nem tão baixo, nem tão alto.
Naquela tarde do concerto, alguém tirou 10,0. Um menino que fora o último a tocar. O último porque era a estrela do Conservatório: Marcelo Schreiber. O Marcelo era quatro anos mais novo que eu - ele tinha 7! - e quatro anos a mais que eu no estudo do instrumento - ele tocava piano há quatro, enquanto eu estava terminando meu primeiro. E tocou uma composição cujo nome ou melodia eu já não me lembro, mas que tinha bem mais páginas que a minha. E recebeu bem mais aplausos que eu.
Os anos se passaram. Eu estudei até quase os meus 14 anos e, aos 16, minha mãe vendeu o piano e eu nunca mais precisei tocar nenhuma página de partitura nenhuma. O Marcelo seguiu estudando e arrancando aplausos nos pequenos e grandes concertos de que participava. Entrou na Ufrgs, se formou em Música e, quando eu tinha 25, fui assistí-lo no seu concerto de graduação. O Marcelo estava acompanhado de cantores líricos e a noite inteira fora unicamente dele. Horas de música da melhor qualidade, páginas e mais páginas de partituras cujas notas ele nem olhava mais. O resultado fora a Distinção.
Hoje encontrei o Marcelo quando estava saindo do trem. Estávamos no mesmo vagão, mas não nos vimos antes. O Marcelo não toca mais piano.
Casado, substituiu as teclas brancas e pretas e as partituras que não necessitavam mais seu olhar pelo serviço público na Prefeitura de Esteio, como auxiliar de escritório. Vendeu o piano e esqueceu o diploma, os aplausos e o rádio que gravava a apresentação para nos dar a nota semanas depois. O Marcelo recebe uma nota mais ou menos, nem tão alta, nem tão baixa, todo final de mês. Uma nota certa, garantida e necessária.

Hoje, ao encontrar o Marcelo, eu descobri que a adolescência acaba quando a música pára nas nossas vidas.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Minha nova manta

Essa semana comecei a tricotar minha nova manta. Talvez, por isso me lembrei de "Moça Tecelã", de Marina Colassanti. A história da moça que tece o mundo dos seus sonhos e, quando se assusta com eles, tamanha a cobrança que eles a interpõem, ela os destece, ponto após ponto.
Construir sonhos e descontruí-los logo ali adiante é o que tenho feito ultimamente. Sempre, como a moça tecelã, atrás de algo que envolva os meus dedos, o meu corpo. Um sonho que me consuma, que me faça lembrar de que estou vivo, que ocupe meu corpo apenas com meus próprios e únicos egoísmos.
Eu acho que estou em fase de tecer agora porque já desteci algumas velhas mantas do passado. E, na vontade de que o inverno dure bastante, fico sentindo o calor da lã enquanto teço castelos, palácios e aviões. Talvez, um dia, terei que destecer tudo novamente, mas aí vai depender de como o frio vai se comportar e de como os sonhos vão se tornar realidade.

"Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E foi passando-a devagar entre os fios, delicado traço de luz, que a manhã repetiu na linha do horizonte. "

sábado, 16 de junho de 2007

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Tudo corre bem
quando a gente consegue aquecer-se
com o próprio calor.
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sábado, 9 de junho de 2007

Tudo vale pouco e o pouco vale tudo. Viu?

Esquecer é mais difícil.
Parar é mais difícil.
Ser é mais difícil.
Cozinhar é mais fácil.

Chorar é mais difícil.
Se entregar é mais difícil.
Dizer é mais difícil.
Rezar é mais fácil.

Realizar sonhos é mais difícil.
Viver é mais difícil.
Crescer é mais difícil.
Aumentar é mais fácil.

Dever haver algum problema comigo porque quero sempre o mais difícil.
E não quero cozinhar ninguém.
E não quero esperar que minhas preces sejam atendidas.
E não quero aumentar nada porque já tenho bastante.

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Festa de Babette (Babette's Feast, Gabriel Axel, Dinamarca, 1987)

quarta-feira, 6 de junho de 2007

You can take to hide your shame from all those prying eyes

Lazy Line Painter Jane




Domingo, voltando da Redenção, eu vi, pendurado em uma árvore da Rua São Manuel, algumas fotos de uma menina brincando no jardim. Alguém fez uma armação com arame e pendurou várias delas lá. Não sei porquê, não sei quem foi, nem conheço a menina. Mas encheu a minha alma...

Acho que a vida pode ser uma crônica, quando não pode ser um poema.

E como eu queria alguém que lesse os meus poemas, visse as minhas fotos penduradas, soltasse balões de gás hélio com imagens ao céu.

"Belle & Sebastian" foi algo que eu descobri há pouco. Desde então, não passo um só dia sem assistir a um clipe no youtube e encher a minha árvore de coisas simples, belas e fortes.


"You will have a boy tonight.
You will have a girl tonight]
On the first bus out of town
On the last bus out of town
And you you hope that they will see."

segunda-feira, 4 de junho de 2007

What can I do - The Corrs

Não paro de ouvir isso...







I haven't slept at all in days
It's been so long since we have talked
And I have been here many times
I just don't know what i'm doing wrong

What can I do to make you love me
What can I do to make you care
What can I say to make you feel this
What can I do to get you there

There's only so much I can take
And i just got to let it go
And who knows I might feel better
If I don't try and I don't hope

No more waiting, no more aching,
No more fighting, no more trying...

Maybe there's nothing more to say
And in a funny way I'm calm
Because the power is not mine
I'm just gonna let it fly

Love me...

sábado, 2 de junho de 2007

Há tempos em que as flores brancas são verdes.
em que os sóis não esquetam.
em que tudo o que você diz não diz nada para ninguém.

Há tempos em que os ponteiros não andam.
em que os dias não passam.
em que os passares se estacionam.

Há tempos em que nada há
a não ser as rosas que se tivessem outro nome
seriam outras flores.

sexta-feira, 1 de junho de 2007


A
L
E
G
R
I
A
D
O
R
M
E

quinta-feira, 31 de maio de 2007


Tem um cachorro perto da minha casa que late sem parar. Late. Late. Late e não me deixa dormir.

Eu tento pegar no sono e lá vem ele com seu latido insistente, latente, permanente e uníssono.

Os vizinhos reclamam. Dele e de mim. A vida reclama. A noite reclama. A lua (hoje de saco CHEIA) reclama também. Alguém pode fazer ele calar a boca?

Ou, então, descerei e me juntarei a ele. Latindo também e fazendo serenata pra qualquer roda que passar voando nas avenidas redondas.

terça-feira, 29 de maio de 2007

Moon River, wider than a mile,
I'm crossing you in style some day.
Oh, dream maker, you heart breaker,
wherever you're going I'm going your way.
Two drifters off to see the world.
There's such a lot of world to see.
We're after the same rainbow's end waiting 'round the bend,
my huckleberry friend,
Moon River and me.

domingo, 27 de maio de 2007

A vida sempre se ajeita!

quarta-feira, 23 de maio de 2007



Na boa,

nunca pensei que seria tão bom

brincar sozinho!

domingo, 20 de maio de 2007


Se a vida é uma guerra, o meu objetivo, agora, é conquistar os meus próprios territórios.
Assim não precisamos mais comparar nossos dados, contar nossos exércitos, trocar cartas.

Assim não precisamos mais fazer nada.

sábado, 19 de maio de 2007

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São necessários quantos pontos para eu desenhar um areal?
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Quero me deitar na praia e ficar olhando
pras ondas que fazem de conta que querem me molhar, mas nunca me encharcam de verdade
...

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Sim, sempre sim

Guria está jogando pedaços de pão no chão de uma praça. Um guri chega.

-Tu deve estar mesmo bem deprimida né...
-Desculpa?
-Eu disse que tu deve tá bem triste...
-Por que tu acha isso?
-Pra começar... não tem pombo nessa praça.
-Ah...bem que eu achei estranho!
-Posso sentar aí?(ela o olha estranhamente) Eu não sou um psicopata assassino, se é isso que tu tá pensando.
-Ah, então eu acho que tudo bem de tu sentar aqui.
-Além do mais, eu só matei o quê, duas pessoas? Isso, nos dias de hoje, até santifica!
-Ahh, então eu não tenho nada mesmo com o que me preocupar.


Curto silêncio

-Eu me chamo Rodrigo. Prazer!
-Prazer.

Silêncio.

-Desculpa, mas... Não vai me dizer o teu nome?
-Nome não é uma coisa que se vai dando pra qualquer um, sabe?
-É, as vezes, o nome é a ultima coisa que se dá hoje em dia...
- Bom, tu disse teu nome porque tu quis.
-E quem disse que esse é o meu nome de verdade?
-Tu disse.
-Eu disse que EU me chamo Rodrigo.
-Humm. Vou repensar a hipótese do psicopata...
-Hahah! A primeira piada sua.
-Hehh... É...

Ela parece entristecer de repente. Ele levanta e pára na frente dela com a mão esticada.

-Vem comigo? (ela não responde) Sim, sempre sim.
-Como?
-A resposta pra tudo, sabe? Quando alguém te pergunta "Sim ou Não": Sim, sempre, sim.
-Por quê?
- Por que não? Dizendo sim, tu abre espaço pra que alguma coisa fora do teu controle aconteça.
-E por que eu ia querer isso?
-Tu sabe o que vai acontecer se tu pegar na minha mão?
-Não...
-Nem eu, mas eu não quero pensar nisso agora.
-(rindo) Tu é louco?
-Sim, sempre...

Ela pega na mão dele.

(Maurício Fülber)




quinta-feira, 17 de maio de 2007

Stay awake, don't rest your head
Don't lie down upon your bed
While the moon drifts in the skies
Stay awake, don't close your eyes

Though the world is fast asleep
Though your pillow's soft and deep
You're not sleepy as you seem
Stay awake, don't nod and dream
Stay awake, don't nod and dream


quarta-feira, 16 de maio de 2007

Cortar

A costureira faz uma linha que a tesoura transforma em duas.
"Maldita tesoura!" pensa a mulher burra que assiste à cena.
A costureira, que conhece a vida, sabe que há coisas no mundo bem como uma tesoura: fazem o seu trabalho, brincando com o nosso.

Há coisas que são como têm quer ser.