quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Meus 36 anos

La Fiorentina - 15/01/02016
Meus 36 anos


Quando eu penso em fazer aniversário, a primeira coisa que me vêm à cabeça é planejar um programa que caiba dentro da minha estrutura e agrade aos meus amigo e a mim. Às vezes, eu estou frustrado demais com a vida, ansioso por mais do que tenho, e aí o choque entre o que eu gostaria que a festa fosse e o que ela realmente se tornará me parece tão distante que uma imensa vontade de desistir surge. Outras vezes, esse encontro é mais natural e os acontecimentos evoluem mais fluidamente. Nesse janeiro de 2016, quando eu comemorei 36 anos, aconteceu justamente isso. Eu me sentia pequeno e organizei momentos modestos. E, graças aos meus amigos, os tive. Encontrei com amigos no La Fiorentina e lá houve quem comesse e bebesse às fartas e houve quem só tomou um chopp, os dois lados participando do modo como quis e pode do encontro que festejava a minha vida. Gente de teatro, amigos de longa data, amigos de amigos: o Rio é uma cidade que festeja! De lá, viemos para a minha casa e tudo continuou aqui apesar de uma chuva torrencial que molhava o verão da cidade: íntimo, pequeno, feliz. Como é bom estar entre os seus!

No sábado, o plano de ir à festa “Viemos do Egyto”, que é um bloco de carnaval, me animou, mas principalmente a possibilidade de rever um novo amigo e dele ganhar uma carona até o longínquo centro da cidade onde aconteceria o evento. No fim, houve um problema com a festa e ela foi cancelada. Acabamos por ir a The Week, que não tem nada a ver nem comigo, nem com ele. A experiência foi boa se pensarmos em uma visita de campo a um lugar famoso, mas desconhecido por mim até então. A festa em si foi como nós chamamos no nosso tempo de “um erro”, mas acabamos com ela comendo pizza em Copacabana. Eu vi o nascer do sol na praia antes de entrar em casa e isso foi lindo!

Na segunda, houve a festa de entrega do premiação do Troféu Cesgranrio, no Hotel Copacabana Palace. A classe teatral inteira estava lá e é claro que eu brincava com todo mundo, dizendo que a festa era a do meu aniversário. Como nos anos anteriores, comemos e bebemos à vontade e exibimos nossa alegria em roupas bonitas, traços maquiados e cabelos feitos. Ganhadores e perdedores guardaram um pouco suas diferenças e afogaram suas decepções por um tempo nas doses de bebidas. A vida em sociedade passa por isso: controle de sentimentos. Estar nessa festa, e eu estive nela pela terceira vez, é um tipo de símbolo para mim - que vim do Rosa Maria, que tenho família pobre, mas desde sempre me esforço para um dia morrer com algo mais que me mostre que avancei. A festa no Copa e os amigos com quem falam lá são marcas de que, ainda trilhando o caminho, tenho feito o percurso certo.

A última comemoração do meu aniversário foi, na verdade, a primeira a ser marcada. Cheguei a cogitar a ideia de não fazê-la, mas mudar planos quase nunca é melhor opção. Resignei-me e fui feliz de novo. Dancei entre amigos, recebi abraços e ouvi desejos de felicidade. O coração chegou largo em casa, a alma feliz embora o corpo cansado e ansios por um momento de intimidade.

Quando eu penso na minha infância, eu não consigo pensar na pobreza, talvez, porque pobre eu ainda seja. Daquele momento para cá, o mais marcante na formação do meu caráter seja o valor dado ao pouco em exata e plena relação com aquele também dado ao muito. Querer muito não significa desprezar o pouco até porque o muito rapidamente se torna pouco quando a linha que os divide é cruzada. Tudo isso para dizer que eu tenho poucos amigos, poucas necessidades, poucas referências. Confio nelas, elas confiam em mim. Meus amigos são a base que me faz enxergar o tamanho do pântano cujo fundo eu não nem sempre sinto. Por me conhecerem, guardam em si um backup de mim que é essencial quando eu preciso fazer alguma atualização. De longe e de perto, eu sinto os seus olhares perscrutadores, animadores, felizes. Feliz aniversário é, sim, consultar a disponibilidade de uma nova atualização do sistema. É bom ter o meu passado bem guardado com eles.

Já tive vários aniversários felizes, mas esse talvez tenha sido o maior de todos. Se eu soubesse que fazer 36 anos seria tão bom, eu já teria nascido com essa idade. Rumo aos 72.

sábado, 7 de novembro de 2015

1,2,3

Teste.

Estou vivo.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

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Hoje escutei Valerie, da Amy, depois de muito tempo evitando ela. Foi incrível. A música me fez ver uma distância. Uma distância é mais do que uma mensagem?

Quanto (?) entre hoje e a última postagem... Pensei em escrever a palavra "tempo", mas é mais que tempo. É mais que lugar também. Metros, kilômetros, ondas. É muito seja lá o que quer que seja.

O mais engraçado é que confio em Aristóteles. E tudo o que é muito é também pouco. Se você anda muito, um dia, de tanto andar, chegará no mesmo lugar onde de partiu. Então, eu olho e vejo que esse muito nem é tão muito assim. Eu me afasto e me aproximo. Vou e vejo que nunca fui. Sem que nada seja diferente, tudo parece novo às vezes.

Muita gente tem reclamado de que eu me exponho muito no meu blog de crítica. Talvez pela falta desse. Quem sabe voltando a escrever aqui, eu alivio um pouco a barra lá.

Mas duvido que muito tanto assim.

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

por que viver tem que ser tão difícil?

por que ser amado é tão raro?

por que tudo não se resolve mais rápido. a felicidade deveria ser maior que a tristeza.

e quem ama também deveria ser amado, assim como o imã puxa e o metal eh puxado.

paciência.

que saco!

domingo, 14 de dezembro de 2008

9

Nunca pensei que o número nove fosse antipático.

O nono mês parece eterno.
E o nono dia parece ter começado bem mal.

Já tou olhando para o décimo dia. Mas querendo que o fosse uma segunda versão do primeiro. Não desse último primeiro, mas de um primeiro de nove meses atrás.

Mas tenho que me concentrar no décimo. E aceitar isso.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008



And the puzzle will last till somebody will say
There's a lot to be done while your head is still young
If you put down your pen, leave your worries behind
Then the moment will come, and the memory will shine

Adriano says:
essa é pra ti, escritor com cabeça jovem

terça-feira, 27 de novembro de 2007


Sujo. Usado. Feliz.

Ele bailou por festas e bocas. Se esfregou em chãos e em corpos. Conheceu sabores e desgostos.
Sentiu pisadas, batidas e ritmos. E ganhou histórias para contar.